DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA EPILEPSIA
Tabela de Conteúdo
- Introdução
- Causas da Epilepsia
- Tipos de Epilepsia
- Epilepsia Generalizada
- Crises Tônicas-Clônicas Generalizadas
- Crises de Ausência
- Crises Mioclônicas
- Crises Atônicas
- Crises Tônicas
- Epilepsia Focal
- Crises Simples Parciais
- Crises Complexas Parciais
- Crises Parciais com Generalização Secundária
- Epilepsia Generalizada
- Diagnóstico das Epilepsias
- Histórico Médico e Descrição dos Sintomas
- Exame Físico
- Entrevista com Testemunhas
- Eletroencefalograma (EEG)
- Exames de Imagem
- Ressonância Magnética (RM)
- PET Scan (Tomografia por Emissão de Pósitrons)
- Avaliação Neuropsicológica
- Diário de Crises Epilépticas
- Tratamento da Epilepsia
- Medicamentos Antiepilépticos (DAEs)
- Cirurgia de Epilepsia
- Estimulação Cerebral Profunda (DBS)
- Dieta Cetogênica
- Medidas de Estilo de Vida e Impacto na Qualidade de Vida
- Conclusão
A epilepsia é uma condição neurológica crônica que afeta o sistema nervoso central, causando episódios recorrentes de atividade cerebral anormal, conhecidos como crises epilépticas. Essas crises podem variar em intensidade e manifestações, indo desde mudanças breves na consciência até convulsões mais pronunciadas. A epilepsia pode afetar pessoas de todas as idades e origens.
Causas da Epilepsia
A causa exata da epilepsia pode variar, mas em muitos casos, a causa é desconhecida. Algumas causas possíveis incluem lesões corporais resultantes de trauma, distúrbios genéticos, anomalias cerebrais congênitas, infecções graves, derrames, tumores e condições como a esclerose tuberosa.
Tipos de Epilepsia
Existem vários tipos de epilepsia, cada um com características distintas em relação às crises epilépticas que ocorrem. A classificação das epilepsias pode ser complexa e a terminologia médica pode variar. No entanto, aqui estão alguns dos principais tipos de epilepsia:
Epilepsia Generalizada
A epilepsia generalizada é um tipo de epilepsia que envolve a ocorrência de crises epilépticas que afetam ambos os hemisférios cerebrais de forma sincronizada, ou seja, as crises se originam em áreas amplas do cérebro e afetam a atividade elétrica cerebral em todo o cérebro. Isso resulta em sintomas que podem variar de convulsões cardíacas a perda de consciência. As crises epilépticas generalizadas podem incluir vários tipos de crises.
Crises Tônicas-Clônicas Generalizadas
Essas crises envolvem um início súbito de movimentos rítmicos em todo o corpo. Há perda de consciência durante uma crise, e uma pessoa pode cair no chão. Convulsões, mordedura da língua e perda de controle da bexiga ou intestino podem ocorrer.
Crises de Ausência
São crises mais sutis, em que uma pessoa parece estar desconectada do ambiente por alguns segundos. Durante uma crise, uma pessoa pode ficar com olhar fixo, não responder e pode parecer estar realizando movimentos automáticos, como piscar repetidamente.
Crises Mioclônicas
Essas crises são descritas por contrações musculares súbitas e rápidas, que podem afetar partes do corpo ou músculos em todo o corpo. As contrações podem ser únicas ou repetitivas.
Crises Atônicas
Também conhecidas como crises de queda, essas crises envolvem uma perda súbita e temporária do tônus muscular. Isso pode resultar em quedas repentinas e inesperadas, muitas vezes com risco de lesões.
Crises Tônicas
São especificadas por um aumento abrupto do tônus muscular, resultando em lesões musculares graves. Essas crises podem causar quedas, especialmente quando ocorrem durante atividades em pé.
A epilepsia generalizada é causada por anormalidades na atividade elétrica do cérebro que podem ser influenciadas por fatores genéticos, desequilíbrios químicos no cérebro e outras condições médicas subjacentes.
Epilepsia Focal
A epilepsia focal é um tipo de epilepsia caracterizada por crises epilépticas que se originam em uma área específica do cérebro. Ao contrário das crises generalizadas que afetam todo o cérebro, as crises focais têm origem em uma região específica e podem causar uma variedade de sintomas, dependendo da função específica do cérebro.
Crises Simples Parciais
A consciência não é afetada durante essas crises. Os sintomas variam de acordo com a área cerebral afetada, como sensações, movimentos involuntários ou distorções sensoriais.
Crises Complexas Parciais
Essas crises afetam a consciência, resultando em comportamentos automáticos e repetitivos. Uma pessoa pode parecer confusa ou desorientada durante uma crise.
Crises Parciais com Generalização Secundária
Algumas crises parciais podem começar em uma área específica do cérebro e, em seguida, se espalharam para envolver ambos os hemisférios regionais, resultando em uma crise generalizada.
Diagnóstico das Epilepsias
O diagnóstico das epilepsias envolve uma avaliação médica completa, que inclui análise dos sintomas, histórico médico, exames físicos, exames de imagem e exames de atividade elétrica cerebral. Aqui estão os passos principais envolvidos no diagnóstico das epilepsias:
Histórico Médico e Descrição dos Sintomas
O médico irá coletar informações detalhadas sobre os sintomas das crises, incluindo frequência, duração, características específicas das crises e quaisquer fatores desencadeantes.
Exame Físico
O médico realizará um exame físico para avaliar a saúde geral do paciente e procurar sinais de condições médicas subjacentes que possam estar contribuindo para as crises.
Entrevista com Testemunhas
Em muitos casos, é útil entrevistar pessoas que testemunharam as crises, como familiares ou amigos, para obter uma descrição precisa das crises e dos comportamentos associados.
Eletroencefalograma (EEG)
O EEG é um exame que registra a atividade elétrica do cérebro por meio de eletrodos colocados no couro cabeludo. Isso ajuda a identificar padrões anormais de atividade elétrica cerebral que são característicos das crises epilépticas. Pode ser realizado durante o sono ou em estado de vigília.
Exames de Imagem
A TC utiliza raios-X para criar imagens projetadas do cérebro e pode ajudar a identificar lesões, tumores, cicatrizes ou outras anormalidades estruturais.
Ressonância Magnética (RM)
A RM produz imagens compostas do cérebro usando campos magnéticos e ondas de rádio. É útil para detectar anomalias estruturais e identificar possíveis causas de crises epilépticas.
PET Scan (Tomografia por Emissão de Pósitrons)
Este exame de imagem funcional pode ajudar a mapear a atividade cerebral e identificar áreas do cérebro com atividade anormal.
Avaliação Neuropsicológica
Em alguns casos, uma avaliação neuropsicológica pode ser realizada para avaliar a função cognitiva e as habilidades mentais do paciente.
Diário de Crises Epilépticas
Manter um registro detalhado das crises epilépticas, incluindo dados, horário, duração e sintomas associados, pode ajudar o médico a compreender melhor o padrão das crises.
Tratamento da Epilepsia
O tratamento das epilepsias é baseado na caracterização do tipo de epilepsia, na frequência e gravidade das crises, nas causas subjacentes e nas necessidades individuais de cada paciente. O objetivo principal do tratamento é controlar as crises epilépticas e melhorar a qualidade de vida.
Medicamentos Antiepilépticos (DAEs)
A maioria das pessoas com epilepsia é tratada com medicamentos antiepilépticos, também conhecidos como anticonvulsivantes. Os DAEs são prescritos de acordo com o tipo de epilepsia e os sintomas específicos do paciente. Diferentes DAEs podem ser usados para diferentes tipos de crises. O objetivo é alcançar o controle das crises com a menor dose eficaz do medicamento e o mínimo possível de efeitos colaterais.
Cirurgia de Epilepsia
Para algumas pessoas que não respondem bem aos medicamentos ou têm epilepsias de difícil controle, a cirurgia pode ser uma opção. A cirurgia envolve a remoção da área do cérebro onde as crises se originam, desde que essa região possa ser identificada sem causar danos significativos à função cerebral. Avaliações planejadas, incluindo exames de imagem e testes neuropsicológicos, são realizadas antes da cirurgia para determinar a elegibilidade.
Estimulação Cerebral Profunda (DBS)
A DBS é uma abordagem em que eletrodos são implantados em áreas específicas do cérebro e conectados a um dispositivo semelhante a um marcapasso, que envia impulsos elétricos para ajudar a controlar as crises. É uma opção para pacientes com epilepsias de difícil controle que não são candidatos à cirurgia convencional.
Dieta Cetogênica
A dieta cetogênica é uma abordagem dietética com alto teor de gordura, baixo teor de carboidratos e proteínas moderadas. Pode ser eficaz no controle de algumas epilepsias refratárias, especialmente em crianças.
Além do tratamento medicamentoso, as pessoas com epilepsia podem adotar medidas de estilo de vida para ajudar a controlar as crises, como manter uma rotina regular de sono, evitar o consumo excessivo de álcool e cafeína, controlar o estresse e controlar rigorosamente a prescrição médica. A epilepsia pode ter um impacto significativo na qualidade de vida, incluindo a capacidade de dirigir, trabalhar e realizar atividades diárias. O apoio psicossocial e a educação sobre a condição são importantes para ajudar os pacientes e suas famílias a entender e controlar a epilepsia. Cada caso de epilepsia é único, e o tratamento e as estratégias de manejo podem variar de acordo com a situação de cada pessoa.
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