Distúrbios de memória referem-se a condições médicas em que há um comprometimento na capacidade de uma pessoa lembrar, armazenar ou recuperar informações. Existem vários tipos de distúrbios de memória, cada um com suas próprias causas e características.
A perda de memória é particularmente comum em idosos, mas também pode ser relatada por pessoas mais jovens. Às vezes, membros da família, em vez de o paciente, relatam a perda de memória (normalmente em uma pessoa idosa, muitas vezes uma com demência).
A perda de memória causa preocupação pelo fato de que ela pode indicar uma demência iminente. Essa preocupação baseia-se no conhecimento de que o primeiro sinal da demência é tipicamente a perda de memória. No entanto, a maior parte dos casos da perda de memória não representa o aparecimento da demência.
A perda de memória pode variar de um quadro leve até a demência. Na demência ocorre perda de memória, além de evidências de outras disfunções cognitivas e comportamentais. Por exemplo, pode haver dificuldade de encontrar palavras e/ou nomear objetos (afasia), fazer atividades motoras anteriormente aprendidas (apraxia) ou planejar e organizar tarefas diárias, como refeições, compras e pagamento de contas (comprometimento da função executiva). A personalidade deles pode mudar; por exemplo, eles podem se tornar estranhamente irritáveis, ansiosos, agitados e/ou inflexíveis.]
O delirium é um estado de confusão aguda, que por vezes pode ser confundido com demência. O delirium pode ser causado por uma infecção grave, fármacos (efeito adverso) ou abstinência de fármacos. Pacientes com delirium têm memória prejudicada, mas isso geralmente ocorre por causa das alterações oscilantes do estado mental, principalmente em termos da atenção, mas que revertem uma vez que a causa seja resolvida.
Quais são as queixas mais comuns de perda de memória?
As queixas mais comuns e mais precoces da perda de memória geralmente envolvem dificuldade de lembrar nomes e o local das chaves do carro ou outros itens comumente usados. À medida que a perda de memória se torna mais grave, as pessoas podem não se lembrar de pagar contas ou manter compromissos. Pessoas com perda de memória grave podem ter lapsos perigosos, como se esquecer de desligar o fogão, trancar a casa ao sair ou prestar atenção a uma criança que eles supostamente devem tomar cuidado. Outros sintomas (p. ex., depressão, confusão, alterações de personalidade, dificuldade com as atividades da vida diária) podem estar presentes dependendo da causa da perda de memória.
Quais as causas de perda de memória?
Perda de Memória Relacionada à Idade: À medida que envelhecemos, é normal experimentar um certo grau de perda de memória. Isso geralmente afeta a capacidade de lembrar nomes, palavras e detalhes específicos.
Amnésia Global Transitória: É um distúrbio temporário em que a pessoa sofre de uma perda abrupta e temporária de memória. A memória sempre se recupera após algumas horas, e a causa pode ser atribuída a vários fatores, como estresse ou problemas circulatórios.
Comprometimento Cognitivo Leve (CCL): O CCL é uma condição mantida entre o envelhecimento normal e a preservação. Pessoas com CCL podem ter problemas de memória além do que o esperado para a idade, mas esses problemas não interferem significativamente nas atividades. O CCL tende primeiro a afetar a memória de curto prazo. Os pacientes têm dificuldade de lembrar conversas recentes, a localização de itens comumente usados e compromissos. Mas a memória para eventos remotos tipicamente permanece intacta, assim como a atenção e cálculos simples. O CCL é definido como comprometimento na memória e/ou outras funções cognitivas que não é grave o suficiente para afetar as funções diárias. Até 50% dos pacientes com CCL desenvolvem demência em 3 anos.
Depressão: Depressão é comum em pacientes com demência. Mas a própria depressão pode causar perda de memória que simula demência (pseudodemência). Esses pacientes geralmente têm outras características da depressão.
Causas reversíveis de perda de memória: As causas mais comuns da perda de memória que podem ser revertidas com o tratamento são:
- Hipotireoidismo
- Hidrocefalia
- Hematomas crônicos
- Deficiência de vitamina B12
Doenças neurodegenerativas: As doenças neurodegenerativas constituem as causas mais frequentes de distúrbios de memória e demência. Várias doenças neurodegenerativas levam a demência, sendo estas as mais frequentes:
- Doença de Alzheimer: A doença de Alzheimer é uma forma progressiva de gravada que afeta principalmente a memória, mas também tem impacto em outras funções cognitivas e o comportamento. É a causa mais comum de distúrbios de memória e demência em idosos.
- Demência com Corpos de Lewy: É uma forma de doença neurodegenerativa que compartilha características da doença de Parkinson e da doença de Alzheimer. Ela causa flutuações na cognição, alucinações e problemas de movimento.
- Demência Frontotemporal: Afeta as áreas do cérebro responsáveis pelo comportamento, personalidade e linguagem. Pode levar a mudanças de personalidade e comportamento antes mesmo de problemas de memória se tornarem evidentes. Pode ter início mais precoce do que o que habitualmente ocorre na Doença de Alzheimer.
Demência Vascular: Esta forma de observado ocorre devido a problemas de fluxo sanguíneo para o cérebro, causados em danos nas áreas responsáveis pela memória e cognição.
Síndrome de Korsakoff: É causada pela deficiência de tiamina (vitamina B1), frequentemente associada ao abuso excessivo de álcool. Ela resulta em graves déficits de memória de curto prazo e problemas de aprendizado.
O que fazer em casos em que há suspeita de perda de memória?
O diagnóstico correto e o tratamento adequado são fundamentais para lidar com os distúrbios de memória. Por isso, é fundamental procurar um neurologista para avaliação, que incluirá uma história clínica do problema, exame neurológico e, eventualmente avaliações complementares como exames de imagem, avaliação neuropsicológica e testes laboratoriais.
A imagem abaixo ilustra a sequência de eventos na investigação e tratamento de pessoas com distúrbio de memória: