DOENÇA DE ALZHEIMER

A Doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva e irreversível que afeta principalmente a memória, o pensamento e o comportamento. Ela é a causa mais comum de demência em idosos, caracterizada pela degeneração gradual das células cerebrais e das conexões neurais.

Qual a causa da Doença de Alzheimer? 

A causa exata da doença de Alzheimer ainda não é totalmente compreendida. Depósitos anormais de proteínas, como placas de beta-amiloide e emaranhados de tau, são características neuropatológicas da doença. Quando se acumulam, elas se tornam tóxicas e destroem neurônios. Não se sabe exatamente por que esse acúmulo ocorre, mas acredita-se que seja uma combinação de fatores genéticos, ambientais e do envelhecimento.

A Doença de Alzheimer é hereditária? 

Apesar de haver participação da genética, o Alzheimer não é hereditário. O que ocorre é um pequeno aumento do risco. O risco de uma pessoa de 65 anos de idade que não tem familiares acometidos de desenvolver a doença de Alzheimer ao longo da vida é de mais ou menos 10-15%. Quando uma pessoa que tem um pai ou mãe com Alzheimer tem esse risco aumentado para cerca de 20-30%.

Uma parcela muito pequena das pessoas que têm a doença de Alzheimer (estimada em menos de 1% do total de casos) desenvolve a doença devido a mutações genéticas específicas. Nesses casos, ocorrem vários casos de Doença de Alzheimer de início precoce (geralmente antes dos 65 anos de idade) dentro de uma mesma família. E é apenas nesse pequeno grupo que a genética tem um papel mais importante e em que devemos considerar a realização de testagem genética. É importante enfatizar que os exames genéticos são recomendados apenas no âmbito de pesquisa, já que não modificam o início ou curso da doença.

Quais são sintomas da Doença de Alzheimer?  

Os sintomas da doença de Alzheimer variam, mas geralmente começam com problemas de memória leve e evoluem para dificuldades significativas de memória, raciocínio, tomada de decisões e comunicação. Os pacientes podem se desorientar facilmente, perder a capacidade de reconhecer pessoas próximas e ter mudanças de personalidade e comportamento.

A doença de Alzheimer é frequentemente dividida em 4 estágios, embora a progressão possa variar de pessoa para pessoa:

– Estágio 1 (forma inicial): alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais;

– Estágio 2 (forma moderada): dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos. Agitação e insônia;

– Estágio 3 (forma grave): resistência à execução de tarefas avançadas. Incontinência urinária e fecal. Dificuldade para comer. Deficiência motora progressiva;

– Estágio 4 (terminal): restrição ao leito. Mutismo. Dor ao engolir. Infecções intercorrentes.

Como é feito o diagnóstico? 

O diagnóstico da doença de Alzheimer envolve uma avaliação detalhada dos sintomas, histórico médico, exame físico e testes cognitivos. Às vezes, exames de imagem cerebral, como ressonância magnética, podem ser usados para ajudar a descartar outras condições.

Até recentemente, o único jeito de diagnosticar a DA era pelo quadro clínico e por testes indiretos que avaliam a memória e outras funções cognitivas (avaliação neuropsicológica). Contudo, essa realidade mudou e hoje é possível identificar, por exames, o acúmulo das proteínas que formam as placas de beta-amiloide e emaranhados de tau. Há, hoje em dia, duas formas de pesquisar estes marcadores:

  • PET amiloide
  • Pesquisa laboratorial dos biomarcadores, principalmente pelo exame do líquor (líquido ao redor do cérebro e medula) e, eventualmente, pelo sangue

Como é feito o tratamento? 

Infelizmente, não existe cura para a doença de Alzheimer. No entanto, existem abordagens de tratamento que podem ajudar a gerenciar os sintomas e retardar a progressão da doença. Isso pode incluir medicamentos para melhorar a função cognitiva e controlar sintomas como ansiedade e depressão. Além disso, terapias não farmacológicas, como atividades cognitivas e sociais, também podem ser benéficas.

Novos tratamentos têm sido pesquisados, principalmente moléculas que têm como alvo a amiloide, uma proteína que forma aglomerados anormais no cérebro de pessoas com Alzheimer que podem danificar as células. Um destes medicamentos, o lecanemabe, já teve aprovação nos EUA. Outro medicamento, o donanemabe, funciona da mesma forma que o lecanemabe e mostrou resultados semelhantes. Os estudos comprovam que essas medicações ajudam a retardar a doença. Embora sejam extremamente promissores, esses medicamentos não representam a cura do Alzheimer e não estão isentos de riscos. Um efeito colateral comum, registrado em até um terço das pessoas incluídas nos estudos, foi um inchaço do cérebro. Na maioria dos casos, isso foi resolvido sem causar grandes transtornos. No entanto, houve registro de raros casos de participantes dos estudos que morreram devido ao inchaço da massa cinzenta. Hoje em dia, os pesquisadores buscam identificar quais fatores representam um risco maior para esse efeito colateral, direcionando o tratamento para pessoas que não tenham esses fatores.

E os cuidados? 

A doença de Alzheimer é altamente desafiadora para os pacientes e suas famílias. À medida que a doença progride, os pacientes muitas vezes precisam de cuidados cada vez mais intensivos. Os cuidadores desempenham um papel crucial no apoio aos pacientes, fornecendo assistência física e emocional.

É sempre importante buscar orientação médica. Um diagnóstico precoce pode permitir que medidas sejam tomadas para gerenciar os sintomas e planejar o cuidado futuro.

Seguem algumas dicas do que se deve fazer no convívio com os pacientes:

  • Ter sempre uma atitude afetuosa;
  • Estabelecer o contato visual e ouvir atentamente;
  • Mantenha um ambiente calmo e sem ruídos;
  • Recorrer à linguagem corporal para facilitar a comunicação;
  • Permanecer calmo e falar de maneira clara e gentil, usando frases curtas e simples, focando uma ideia de cada vez;
  • Dar tempo à pessoa para compreender o que lhe transmitiu;
  • Dizer previamente o que pretende fazer antes de a abordar (no caso de prestação de cuidados pessoais);
  • Inverter frases negativas, tornando-as afirmativas (substituir “Não faça isso” por “é melhor fazer assim.”);
  • Ser paciente.

Segue abaixo uma lista de atitudes que nunca devem ser adotadas com esses pacientes:

  • Discutir: a pessoa não terá capacidade de perceber o que está errado e só irá agravar a situação;
  • Dar encomendas à pessoa;
  • Dizer à pessoa o que não pode fazer. Em vez disso, deve dizer-se aquilo que ela pode fazer;
  • Utilizar modos intransigentes;
  • Um tom de voz arrogante pode ser entendido mesmo que uma pessoa não compreenda as palavras, o que poderá deixar mais perturbada;
  • Perguntas que apelem à utilização da memória (já que irão causar um sentimento de maior sofrimento no doente);
  • Falar da pessoa que está presente como se ela não estivesse presente.

O acompanhamento médico e com uma equipe multiprofissional ameniza o problema, melhora a qualidade de vida da família, dos cuidadores e da pessoa com Alzheimer.

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